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domingo, 17 de outubro de 2010

My sister's keeper

     Filme de 2009, dirigido por Nick Cassavetes, My Sister's Keeper (Uma prova de amor) é baseado no romance de Jodi Picoult, e conta a história de uma família envolvida numa árdua luta contra a Leucemia da filha mais velha, Kate Fizgerald, interpretada por Sofia Vassilieva. O elenco é caprichado e conta com a atuação memorável de Cameron Diaz no papel da desesperada mãe de Kate, Sara Fitzgerald, capaz de tudo para devolver a saúde à filha.
      Uma cena de grande destaque é quando Sara raspa o cabelo porque Kate se nega a sair de casa, pois se diz feia e que todos olhariam para ela de espanto, pena ou curiosidade.
     A trama do filme é envolvente porque aborda vários aspectos das relações familiares. Inicialmente, somos convidados a compreender o motivo do nascimento da filha mais nova, Anna (Abigail Breslin). Ela nos explica que tudo foi um processo de Seleção Genética, que permitiu que o embrião obtido por Fertilização In Vitro (o conhecido método de bebê de proveta) que apresentasse uma carga genética compatível com Kate fosse escolhido e, em seguida, implantado. Dessa forma, ela seria capaz de prover-lhe células sanguíneas, medula óssea e outros tecidos dos quais ela viesse a necessitar. A trama evoluiu com a progressão da doença de Kate, inclusive com comprometimento renal e falência, vindo a irmã a precisar de um transplante renal. Nesse momento, Anna entra com um processo judicial para ser autônoma o suficiente e negar a retirada de seu rim. Nesse aspecto o público se divide e se confunde e acaba julgando Anna egoísta, por ela se negar a se submeter a procedimentos invasivos em prol da possibilidade de melhora clínica, mesmo que discreta, da sua irmã.
     Mas olhar por esse lado é ser demasiadamente simplista, pois, por trás de cada personalidade, há uma vivência particular sobre o adoecer e o enfrentar da morte. Para Sara, o mais importante sempre foi salvar sua filha, não importa o quão longe tivesse que ir. Seu desespero a guiou para a saída de seu emprego como advogada e à dedicação total à batalha de Kate contra a Leucemia. Por sua personalidade forte e envolvente, acabou arrastando toda a sua família nesse objetivo. Observamos, durante toda a trama, a desestruturação da família Fitzgerald, em que não se observa mais o vínculo marital per si, apenas os vínculos materno/paterno e fraternos polarizados à Kate.
     Outro aspecto fundamental e muito bem ilustrado é a necessidade de paliação na fase terminal de uma doença, de oferecer qualidade de vida ao paciente por quem não se tem mais nada a fazer. Os aspectos psicossociais de se abordar uma patologia não podem nem devem ser substituídos pelo modelo biomédico e técnico.
     O mérito do filme não é levar a conclusões, mas fazer refletir, pois cada um tem uma visão acerca do enfrentamento do processo de perda, e não seria justo afirmar que Sara estava errada ou certa ao exaurir os recursos da Medicina em busca da cura de sua filha estimada.
     A cena destaque, por sua beleza e dificuldade de desempenho, é a cena em que Kate flerta com Taylor (Thomas Dekker) durante a sessão de quimioterapia e é observada por Sara, sua mãe. Cameron Diaz consegue se entregar totalmente ao papel, dirigindo um olhar materno aos dois, transparecendo toda a emoção necessária, sem excessos.
      O enredo final do filme, contudo, distancia-se do livro em vários pontos, inclusive no desfecho (o qual obviamente não será comentado aqui).
     Um dos filmes mais lindos que já assisti.


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