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sábado, 19 de novembro de 2011

Alice im Wunderland (2010)


      
       Filme de 2010, dirigido pelo diretor norte americano Tim Burton (ganhador de dois Oscar de Melhor Direção de Arte por Sweeney Todd em 2008 e A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça em 2000), trata-se de uma releitura em grande estilo do clássico de Lewis Carrol, a saga de Alice num país imaginário onde cenários e sensações são imaginadas e reimaginadas. As obras de Burton trazem um tom pesado de imaginário e várias bizarrices. São algumas de suas produções os fantásticos: Edward scissorhands (Edward mãos de tesoura, 1990); The nightmare before Christmas (O estranho mundo de Jack, 1993); Charlie and the chocolate factory (A fantástica fábrica de chocolate, 2005); Corpse bride (A noiva cadáver, 2005); e Alice im wunderland, 2005. Tim é deveras excêntrico e tem grande afinidade com o ator Johnny Depp, com quem trabalhou 5 anos antes na releitura da Fantástica Fábrica de Chocolate.



     A história mágica da criança que se perde num mundo imaginativo é mundialmente conhecida e guarda em si várias metáforas. Os personagens místicos são bem conhecidos e incluem gatos que flutuam, sorriem e desaparecem, lagartas falantes, coelhos vestidos a caráter, cartas de baralho sendo guardas reais, dodô (ave extinta), rainha e rei de copas, etc, etc...



       Com um tom bastante psicodélico, abusando de cores vivas e distintas, de forma a chocar visualmente e produzir um misto de sensações, o filme mostra bem as alterações de sensopercepção que o livro induz. O filme desagradou a uma parte do público por não se tratar do próprio "Alice in the wunderland", mas sim da continuação deste, o chamado "Through the looking-glass/and what Alice found there", cujo título em português é "Através do espelho". Na continuação do romance, Alice é uma adolescente que tem sonhos recorrentes com a sua ida ao País das Maravilhas quando criança e acaba para lá retornando. Por isso tudo era familiar e ela já sabe como a história se desenrola. 

       O personagem de mais destaque no romance é o gato de Cheshire, que é o que suscita mais perguntas instigantes à Alice durante o enredo, o que fica mais evidente no livro. É um personagem envolto num mistério que intriga a protagonista acerca de ele poder voar e sorrir. E ele sempre surge nos momentos-chave da trama.


       E o destaque do filme é o mais-que-adequado-para-personagens-caricatos Johnny Depp, que deu vida a um chapeleiro maluco intenso e insano! Muito expressivo como sempre.

       Para finalizar, as duas rainhas dicotômicas, uma muito caricatamente estranha, sendo assim amplificada pela testa imensa e pela crueldade, a Rainha Vermelha (de Copas) e uma igualmente caricata, só que exagerando graciosidade, com a mão gesticulando sempre muito amplificadamente delicada, a Rainha Branca disputam o trono do País das Maravilhas.


       A rainha vermelha é interpretada pela esposa de Tim Burton, Helena Bonham Carter e a rainha branca é forçosa e graciosamente interpretada pela belíssima Anne Hathaway.

Mágico! Dá ao livro o recurso que este precisa: cor!



domingo, 15 de maio de 2011

Charlie and the chocolate factory (A Fantástica Fábrica de Chocolate, 2005)

        Revisitando um dos maiores clássicos infantis, o renomado diretor cinematográfico Tim Burton traz uma nova roupagem do filme lançado em 1971 e visto exaustivamente em todo o mundo, por várias gerações. À época, o filme original foi um fracasso de bilheteria apesar de contar com a atuação incrível de Gene Wilder na pele do inigualável Willy Wonka. Apesar disso, ao longo dos anos esse filme se tornou um ícone do cinema mundial e foi visto por milhões de pessoas.


        O filme baseia-se no livro homônimo escrito por Roald Dahl, que nos apresenta a história de um garoto simples que ganha a oportunidade de visitar a maior e mais incrível fábrica de chocolate do mundo e, em meio a soberba, competitividade e ganância, consegue se mostrar intacto de caráter ao longo da trama e é por isso recompensado. O protagonista Charlie é interpretado por Freddie Highmore, um ator britânico sem muitos filmes de sucesso em sua carreira. O personagem destaque é o caricato Johnny Depp, que interpreta magnificamente o inesquecível Willy Wonka. Completamente à vontade nessa interpretação, Depp traz ao personagem vida e magia, de forma semelhante àquela que Wilder utilizou na década de 70.


        O grande ponto dessa nova versão é aliar a tecnologia atual ao mundo de magia criado por Dahl em seu livro, e isso Tim Burton conseguiu com maestria. Utilizando-se tanto de ricos recursos visuais como de simples truques de câmera, ele consegue impor significação ímpar a elementos tão simples, como a casa de Charlie, que não se constrói de forma retilínea, por exemplo. A porta é torta, o telhado, desproporcional e o espaço interno reduzido em relação ao externo. Esses detalhes se repetem em outros ambientes e acentuam a composição mágica/ilógica da trama.


        A distorção criada nas cenas auxiliam na redução necessária à impressão de baixa estatura dos Oompa Loompas, os 'homenzinhos' responsáveis pela produção dos chocolates Wonka. Burton posiciona a câmera sempre do ponto de vista ou dos Oompa Loompas, ou dos seres humanos de estatura normal, fazendo que essa distorção de imagem acentue, dessa forma, a diferença de tamanho entre os personagens sem a utilização abusiva de recursos adicionais, o que comprometeria a qualidade da produção, por assim dizer.
       A nova versão de Depp para Willy Wonka é destaque por se tratar ele de um ator intenso e extremamente caricato. Sua performance é única e inigualável e, atrás de uma maquiagem carregada e roupas e acessórios extravagantes, ninguém se compara a Depp.
        O final é bem diferente do original, mas não menos interessante. Particularmente, para quem assistiu à primeira versão quando ainda era criança, pode ser difícil de assimilar a mudança de conclusão, embora a moral seja a mesma.
        Criativo, caricato, renovado.


       

sábado, 1 de janeiro de 2011

Educação



     Filme britânico de 2009, da diretora Lone Scherfig, esse drama leve foi indicado a três estatuetas da premiação mais famosa do cinema nas categorias Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Roteiro Adaptado. Embora não tenha sido premiado, situa-se entre os filmes mais bem quistos pela crítica no ano de seu lançamento.


     Estreado por Carey Mulligan, que vive a protagonista Jenny Miller, e por Peter Sarsgaard, como o conquistador David Goldman, esse filme tem como inspiração o roteiro escrito pelo britânico Nick Hornby, que pela primeira vez escreveu um roteiro baseado num livro que não fosse seu.


     Abordando temas sérios com uma leveza sem tamanho e tomando a Londres dos anos 60 como pano de fundo, o filme nos traz uma menina de apenas 16 anos tentando ser livre para conhecer o mundo. Sentindo-se diminuída pelo seu mundo adolescente de estudante que tem que obedecer os pais e seguir o destino traçado por eles, Jenny anseia por um destino sobre o qual tenha algum grau de controle.


     Ao conhecer um homem mais velho e incrivelmente sedutor (David), Jenny se encanta e automaticamente esse choque de realidade lhe faz rever suas próprias decisões. Em busca de viver um amor intenso e descobrir um mundo pelas mãos de seu namorado galanteador, Jenny decide viver a vida de David, doando-se por completo e esquecendo de si.


     Mostrando com um tom muito suave a dificuldade extrema de apostar às cegas, é um filme sobre fazer escolhas e se responsabilizar por elas. Sobre a decisão de como sedimentar a sua vida sem saber que resultado isso pode ter no futuro, próximo ou distante, Jenny se mostra forte diante das adversidades e mostra resiliência para mudar seu futuro.


     A trama é bem simples e tem como foco principal o conflito psicológico leve decorrente da mudança de prioridades a qual uma pessoa se encontra sujeita em caso de falha de seus planos. E nisso, o filme tem muito a mostrar. Aliás, há muito mais que se perceber do que somente o que nos é mostrado.


     Aprender, voltar atrás e ter uma segunda chance. Sem basear seu futuro em ninguém, apenas em si mesma.